Japão: Protegendo o Meio Ambiente Global

Energia limpa - Foto: Cortesia de Getty Images

24/09/2016

Eliminação de Resíduos e Reciclagem

A quantidade de resíduos comuns (não-industriais) se tornou um problema para o Japão a partir de 1990, quando excedeu 50 milhões de toneladas por ano. Os aterros sanitários devem alcançar sua capacidade máxima de armazenamento dentro de poucos anos e a queima de resíduos resultaria em poluição por dioxina, tornando a reciclagem uma importante solução para reduzir a quantidade de lixo acumulado. A proporção de resíduos (lixo) reciclados em 2009 foi de 20,5%. 

A quantidade de papel descartado em 2011 foi de 77,9% do volume produzido, e a taxa de reutilização (porcentagem de papel usado que é reprocessada nas indústrias de produção) foi de 63%, uma das maiores taxas de reciclagem de papel do mundo.

Com a implementação da Lei de Reciclagem de Embalagens, de abril de 1977, a responsabilidade pela reciclagem de garrafas de vidro e de polietileno tereftalato (PET) passou a ser dos fabricantes. Essas embalagens compreendem entre 20-30% do peso total do lixo comum residencial; mas, devido ao volume dos vasilhames, eles representam 60% do volume total dos resíduos. Essa lei baseia-se na divisão dos custos de eliminação de resíduos entre empresas, consumidores e municípios, em contraste com quando esses custos eram cobertos inteiramente pelos impostos. Quando os consumidores descartam uma embalagem, eles devem separar o lixo para os depósitos de coleta seletiva do município, onde essas embalagens são recolhidas para reciclagem pelos fabricantes. A partir de abril de 2000, as embalagens de plástico e papel também entraram no programa de coleta seletiva de acordo com essa lei.

Produtos elétricos descartados pelas residências japonesas são quase sempre levados para aterros sanitários. Uma lei específica sobre reciclagem de aparelhos eletrodomésticos entrou em vigor em 1998 como parte dos esforços para reduzir o volume desse tipo de resíduo que é descartado nos aterros.

Movimentos pela Proteção Ambiental

Em comparação com grupos de proteção ambiental de países ocidentais, os grupos desse tipo no Japão têm uma escala bem menor e uma história mais recente. O maior grupo ambiental do Japão, chamado Sociedade dos Pássaros Selvagens do Japão (Wild Bird Society of Japan), possui cerca de 43 mil membros. O Fundo Mundial do Japão para a Natureza também tem cerca de 40 mil membros, incluindo parceiros empresariais; e a Sociedade de Conservação Ambiental do Japão tem em torno de 24 mil membros. O Japão tem mais de cinco mil grupos de preservação ambiental de pequeno porte. Esses grupos, que auxiliam na execução de ações estruturais, possuem um número reduzido de membros, mas devem alcançar grandes avanços no futuro. Essas ONGs ambientais também têm atuação no exterior.

Existe, ainda, o fundo do movimento nacional, no qual um grupo de pessoas se reúne para dividir os custos de aquisição e preservação de terrenos localizados em áreas em processo de degradação ambiental. Algumas vezes, esses pedaços de terra também são doados para o grupo. Esse movimento se espalhou por todo o país a partir de grupos iniciais em Shitetoko, em Hokkaido, e em Tenjinzaki, no Distrito de Wakayama. A preservação não se limita a florestas e marismas, mas também engloba áreas verdes das cidades. Em fevereiro de 1996, grupos individuais, empresas privadas, associações comunitárias locais e a Agência Ambiental (atualmente o Ministério do Meio Ambiente) formaram uma rede para estimular as compras de produtos, materiais e serviços com responsabilidade ambiental. Os consumidores foram orientados a dar prioridade a produtos e serviços que não prejudicam o meio ambiente.

Os municípios de cada localidade estão fazendo seu melhor para encorajar um desenvolvimento regional que leve o meio ambiente em consideração, por exemplo, por meio da reciclagem e economia de energia. Yakushima, uma ilha da província de Kagoshima que é designada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, está tentando preservar o meio ambiente por meio de medidas como a redução do volume de resíduos ao mínimo por meio da compostagem do lixo orgânico e da reciclagem do óleo de cozinha como combustível automotivo.

Para auxiliar os estudantes no desenvolvimento independente da conscientização pela preservação ambiental e na realização de estudos sobre o meio ambiente, em junho de 1995, a Agência Ambiental convidou estudantes do ensino primário e fundamental para participarem do Junior Eco Club. As atividades independentes do grupo incluem observação da vida aquática, observação astronômica, reciclagem de latas vazias e intercâmbios financiados por escritórios de administração de todo o país. Em 2010, havia 3000 grupos desse tipo, envolvendo 170 mil pessoas nessas iniciativas.

Reserva Ambiental de Tenjinzaki - Foto: Cortesia do Fundo Nacional Tenjinzaki

O fundo do movimento nacional do Japão começou graças a iniciativas de preservação do meio ambiente no cabo de Tenjinzaki, na província de Wakayama

Projeto da ODA para matas - Foto: Cortesia de JICA

A cooperação Ambiental do Japão

O programa japonês da Ajuda Oficial para o Desenvolvimento – ODA (Official Development Assistance) cobre diversas questões ambientais. Alguns exemplos são o tratamento de água e esgoto, a eliminação de resíduos e medidas contra a poluição ambiental como a prevenção de desastres, a preservação das florestas e a prevenção contra a poluição da água e da atmosfera. A economia de energia e as novas tecnologias energéticas estão entre os pontos focais da cooperação ambiental do Japão. De acordo com a Iniciativa pelo Desenvolvimento Sustentável no Século XXI, que foi anunciada pelo governo em 1997, o Japão tem se engajado em diversos esforços de cooperação ambiental como, por exemplo, no estabelecimento de uma rede de monitoramento de chuvas ácidas no Leste Asiático. Para lidar com questões relacionadas à conservação global que não podem ser resolvidas por meio da cooperação bilateral, o Japão também tem participado ativamente de diversas organizações internacionais como uma das principais nações parceiras, incluindo no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, na Organização Internacional de Madeiras Tropicais – ITTO (International Tropical Timber Organization), e na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO (Food and Agriculture Organization).

As preocupações e o interesse de empresas japonesas no florestamento e na reciclagem têm crescido tanto no Japão como internacionalmente. Por sua vez, isso também tem contribuído para uma maior conscientização do público em geral. A Mitsubishi Corporation, uma das principais empresas comerciais do Japão, está atualmente desenvolvendo projetos experimentais na Malásia e no Brasil voltados para a restauração das florestas tropicais. Quando uma floresta é destruída pelo desmatamento, seu solo é erodido pelas fortes chuvas. Estima-se que demore entre 300 e 500 anos para que esses lugares sejam restaurados a seu estado original; mas pesquisas recentes sobre técnicas de reflorestamento baseadas em um conceito introduzido por Miyawaki Akira, professor emérito da Universidade Nacional de Yokohama, tem deixado claro que a recuperação poderá ser alcançada em menos tempo.

Além disso, muitas empresas comerciais e indústrias de papel têm se comprometido ativamente com o florestamento no exterior.

Ecoturismo - Foto: Cortesia da Mitsubishi Corporation


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