A eleição de Trump e o meio ambiente

06/12/2016

O presidente eleito dos EUA quer tirar seu país de acordos internacionais do clima. Essa atitude poderá ser má influência para outras nações.

Artigo de Ricardo Ernesto

Depois de Donald Trump ter sido confirmado como o 45º presidente dos Estados Unidos, analistas de diversas áreas vêm tentando prever as conseqüências para o país e o mundo. Tal expectativa se deve ao fato de Trump ter dado as mais inesperadas declarações sobre diversos assuntos, enquanto candidato. Da construção de um muro entre o México e os Estados Unidos ao fechamento das fronteiras americanas aos imigrantes muçulmanos, até a imposição de taxas de importação aos produtos chineses. Isto sem falar dos comentários preconceituosos contra imigrantes latinos, até declarações machistas e a perspectiva do relativo fechamento da economia americana. Se o novo presidente americano colocar efetivamente em prática o que prometeu fazer em diversas áreas, o impacto sobre seu país e o restante do planeta será muito grande.

Nosso tema neste artigo são as perspectivas de desenvolvimento do setor ambiental sob a administração de um governo Trump. Em sua campanha pré-eleitoral o candidato fez diversas declarações sobre temas relacionados à questão ambiental. Entre outras coisas, afirmou não acreditar na existência das Mudanças Climáticas e que se eleito iria tirar os Estados Unidos do Acordo sobre o Clima. Internamente, o candidato declarou que limitará o poder da agência ambiental americana (EPA) e abrirá diversas áreas federais para a exploração do petróleo, gás natural e carvão. Também prometeu paralisar programas de redução de emissões instituídos pela atual administração.

Neste contexto, vamos lembrar que os Estados Unidos são a nação que, pelo menos nos últimos sessenta anos, mais influenciou a economia mundial. Novas tecnologias, novos produtos e maneiras de produzir, técnicas de administração e de marketing, enfim, a América influenciou, apoiou e em parte financiou a expansão do moderno capitalismo. Até as primeiras leis ambientais e grupos ambientalistas surgiram em solo americano. Assim, mesmo sendo o maior consumidor de recursos naturais e gerador de emissões – e até mesmo por isso – a atitude dos Estados Unidos em relação ao meio ambiente é importante para o mundo.

Por isso, se o governo americano reduzir internamente o controle ambiental, desenvolver ações que beneficiem o uso de combustíveis fósseis e internacionalmente se colocar em uma posição contrária à redução global das emissões, isso certamente terá uma influência sobre os outros países, a começar pela China. Trata-se de um bom negócio para governos, principalmente de países em desenvolvimento ainda às voltas com grandes problemas ambientais, reduzirem seus investimentos nesta área sob a alegação de que “a nação mais rica do mundo está fazendo o mesmo”.

Se, aliado a esse posicionamento em relação às questões ambientais os Estado Unidos ainda adotarem uma atitude de isolacionismo econômico, vão provocar atitudes semelhantes em outros países, o que acabará reduzindo os investimentos globais. A rarefação dos investimentos externos significa, para países como o Brasil, menos investidores para projetos de infraestrutura, como saneamento e energia, e paralisação de projetos de novas indústrias – todos envolvendo grandes investimentos em tecnologias de proteção ambiental. A relativa importância que a eleição de um presidente americano possa ter, neste caso poderá aumentar e exercer forte influência sobre o setor de meio ambiente em todo o planeta.



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